quinta-feira, 31 de julho de 2008

Émile Durkheim

Fatos da sociedade na época: passagem da energia a carvão, para energia elétrica; mudanças rápidas e significativas, como o surgimento: geladeira, rádio, TV, Automóvel, telefone, fogão elétrico, etc.; 1ª Guerra Mundial (FRA x ALE).
Durkheim começa a analisar a sociedade comparando-a a um ser vivo. O todo só sobrevive com suas partes, assim como as partes só sobrevivem junto ao todo, são dependentes entre si.
Para Durkheim essas partes são as instituições da sociedade, que possuem funções e formas diferentes. O estudo dos fenômenos sociais não pode ser isolado, e sim analisado junto às outras instituições sociais.
A mudança em uma única parte irá afetar todas as outras instituições sociais, criando mudanças nessas instituições para se adequarem à nova realidade.

Fato Social.

Os fatos sociais, segundo Durkheim, são o objeto da sociologia. Todo comportamento do homem é baseado em fatos sociais, que são valores concretos no indivíduo.
Fatos sociais FIXOS: são aqueles que de tanto usar, acabam ficando arraigados que nem se percebe sua aplicação.
Fatos sociais MÓVEIS: são aqueles de curta durabilidade, podendo existir e deixar de existir rapidamente.

Os Fatos Sociais, possuem 3 características diferentes:
1. Coerção social: é a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a obedecer às regras da sociedade, independentemente de sua vontade ou escolha; o indivíduo que não segue a sociedade sofre sanções, que poderão ser legais ou espontâneas. Legais são as prescritas pela sociedade na forma da lei; e espontâneas são as que a lei não regula, porém é a sociedade quem penaliza.
2. Exteriores ao indivíduo: ou seja, eles existem e atuam sobre os indivíduos independentemente da sua vontade, são os costumes, as regras sociais, as leis, que já existem desde antes da existência do indivíduo, e se impõe a ele por mecanismos de coerção social, como por exemplo, a educação.
3. Generalidade: é social todo fato que é geral, que se repete a todos os indivíduos, eles se manifestam na natureza coletiva, como por exemplo, na habitação, comunicação,sentimentos e até na moral.

Para Durkheim, os fatos sociais devem ser encarados como coisas, ou seja, objetos que lhe são exteriores, e podem ser observados e medidos objetivamente. Para ele, o meio cultural, a consciência, é quem determina as ações do indivíduo.
O objetivo máximo da vida social é a harmonia da sociedade consigo mesma e com outras sociedades, quando um fato põe em risco essa harmonia, estamos diante de um acontecimento de caráter mórbido, de uma sociedade doente. Portanto, normal é aquele fato que não extrapola os limites e que reflete os valores e condutas aceitas em sociedade, e, patológico, é aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente.
Durkheim estuda os fatos sociais com neutralidade, mantendo distância, rompendo com as idéias e o senso comum, eliminando assim uma interpretação vulgar da realidade social. Para ele a sociedade é como um organismo, apresentando estados normais e patológicos.
Um fato social normal é aquele generalizado ou quando apresenta função importante para sua adaptação ou sua evolução, por exemplo, o crime é um fato normal, pois se encontra em toda e qualquer sociedade e em todos os tempos, mas também por integrar as pessoas em torna de uma conduta valorativa, que pune o comportamento considerado nocivo. A generalidade de um fato social, isto é, sua unanimidade, é garantia de normalidade na medida em que representa o consenso social, a vontade coletiva, ou o acordo de um grupo a respeito de determinada ação.



Consciência Coletiva

É o conjunto de crenças e de sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade, que forma um sistema determinado com vida própria.
A consciência coletiva é, de certo modo, a forma moral vigente na sociedade, ela aprece como um forte conjunto de regras que atribuem valor e delimitam os atos individuais. É a consciência coletiva que define o que é imoral, reprovável ou criminoso.
Apesar de todo indivíduo ter sua consciência individual, quando este se encontra em grupo, prevalece à consciência coletiva.
Nas sociedades arcaicas, há uma correspondência muito próxima entre a consciência individual e a coletiva, há um maior controle social, onde o indivíduo age segundo orientação do grupo, e um maior rigor de castigo é imposto aos que violam as proibições sociais. Nas sociedades modernas, em muitas circunstancias o indivíduo crê e age de acordo com suas preferências, há um enfraquecimento das reações aos que violam as proibições sociais.
As regras morais são fatos sociais, que podem também ser coativos, elas implicam em uma noção de dever, mas ao mesmo tempo são desejáveis para manter o bem estar da sociedade. A moral da sociedade mantém a coesão do grupo.
Solidariedade mecânica: era aquela das sociedades pré-capitalistas, onde os indivíduos se identificavam por meio da família, da religião, da tradição e dos costumes, permanecendo em geral independentes e autônomos em relação a divisão do trabalho social. A consciência coletiva exerce aqui todo seu poder de coerção sobre o indivíduo.
Solidariedade Orgânica: é aquela típica das sociedades capitalistas, onde, pela acelerada divisão do trabalho social, os indivíduos se tornam independentes. Essa interdependência garante a união social no lugar das tradições e costumes. A consciência coletiva se afrouxa, assim, ao mesmo tempo em que os indivíduos são mutuamente dependentes, cada qual se especializa numa atividade e tende a desenvolver maior autonomia pessoal.
A função da divisão do trabalho é integrar o corpo social, assegurar-lhe a unidade. É uma condição de existência da sociedade organizada. Sob a perspectiva evolucionista, não há oposição plena entre esses dois tipos de sociedade, se encontram sociedades com a presença de indústria moderna que tem características de sociedades segmentarias.

Solidariedade Mecânica
Por semelhança: família, religião, tradição, costumes
Mesmos valores e sentimentos
Sociedades segmentárias
Imutável e simples

Solidariedade Orgânica
Por diferença
Complexidade (analogia ao ser vivo)
Sociedade com moderna divisão de trabalho
Mutável, adaptação constante.

Suicídio

Chama-se suicídio todo caso de morte que resulta de um ato executado pela própria vítima e que ela sabia que deveria produzir este resultado.
Pra uma mesma sociedade, contanto que a observação não se estenda por um período muito longo, o número é quase invariável. Quando há variações abruptas, verifica-se a existência de alguma mudança social significativa.


Tipos de Suicídio:

Suicídio Egoísta: quanto menos inserido no grupo, maior o número de suicídios. O suicídio varia na reação inversa ao grau de integração do indivíduo nos grupos sociais do qual faz parte. Por exemplo:

* Quanto mais inserido nas instituições religiosas, menos suicídio;
* Quanto mais inserido na família, menos suicídio;
* Quanto mais inserido na política (participação social), menos suicídio.


Suicídio Altruísta:

* Homens que chegam ao limiar da velhice ou foram atingidos por doença;
* Mulheres por ocasião da morte do marido ( ex: Índia);
* Fiéis ou servidores por ocasião da morte de seus líderes ou chefes espirituais.

Suicídio Anômico: é o tipo moderno/contemporâneo. (Anomia=ausência de leis).


* Em situações de desregramento social e ausência de normas sociais;
* Em decorrência de mudança de valores muito rápidos, geralmente entre 10 a 20 anos;
* Ascensão social rápida, seguida de decadência.


Bibliografia Recomendada:
COSTA, Cristina. Introdução ao Estudo da Sociologia.
AARON,Raymond

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